quarta-feira, abril 30, 2014

O Corpo e a Bateria



Introdução

A fonte primária da música é a mente humana, e no processo de transmiti-la para o mundo físico nos deparamos com uma barreira – nosso próprio corpo. Para diminuir a distância entre ideia e execução, o conceito que nos vem à mente é prática.

A maioria dos estudantes compactua com a ideia expressa pela frase: “A prática leva à perfeição”. Porém, não se leva em conta a qualidade desta prática, que parece estar diretamente ligada ao resultado final. Desta maneira, perde-se muito tempo e energia praticando exercícios que não levarão o estudante a atingir seus objetivos e, muitas vezes, podem provocar o desinteresse seguido de desistência da atividade, bem como danos físicos decorrentes do excesso de movimentos repetidos de maneira inadequada. Estes danos são conhecidos por LER (Lesões por o Repetitivos).

No caso dos músicos profissionais, é exigido um alto nível de desempenho, fato que pode causar problemas ainda maiores se não houver disciplina e adequação na sua prática diária.

Preocupados com essa perspectiva, músicos e pesquisadores têm apresentado métodos, técnicas e teorias acerca da maneira correta de praticar e tocar um instrumento musical. Isso nos leva a reformular a frase citada anteriormente para: “A prática correta leva à perfeição”.

Inadequações e uso excessivo dos movimentos

Um importante aspecto do fazer musical, que na maioria das vezes é negligenciado, é a questão dos limites fisiológicos de cada músico. A literatura médica no Brasil ainda contempla poucos estudos que relatam os problemas físicos relacionados à pratica musical, e acreditam que “as razões de tal lacuna podem ser decorrentes da falsa ideia de que a música se associa apenas ao lazer estando, portanto, raramente relacionada a uma atividade laboral” (FRAGELLI, GÜNTHER, 2009, p. 19).

Outra ideia muito propagada é a de que a excelência musical é conseguida por meio de uma dedicação que ultrapasse limites fisiológicos, que desconsidere, inclusive, as diferenças individuais, o chamado virtuosismo.

Desta maneira, “os instrumentistas ficam sujeitos a situações que exigem de seu corpo um esforço físico maior do que estão habituados” (ANDRADE; FONSECA, 2000, p. 118). Estes autores ainda afirmam que os problemas físicos gerados pelo excesso de tensão muscular são frequentes tanto em ambientes acadêmicos (escolas) quanto em situações profissionais.

Para resolver este estresse físico, os especialistas apontam algumas possíveis soluções que incluem a alteração da postura, melhor adaptação do instrumento ao corpo e a divisão do estudo em períodos mais curtos de tempo alternado com pausas para descanso.

Preparando o ambiente de estudo

Antes de montarmos um plano de estudos precisamos buscar condições favoráveis ao desenvolvimento dos mesmos, o que nos leva ao estudo da Ergonomia.

Em outras palavras, devemos ajustar as técnicas e a disposição dos instrumentos de acordo com o corpo e não o oposto disso. Desta maneira, separamos dois pontos cruciais:

1) O assento, que é uma das peças mais importantes da bateria. É ele que vai proporcionar o equilíbrio e a postura do músico em relação ao instrumento. Sua altura é determinada de acordo com a estrutura física de cada indivíduo.
2) O posicionamento do instrumento em relação ao executante. A altura e ângulo das peças que compõem a bateria devem estar ajustados de acordo com a estrutura física de cada indivíduo, possibilitando que este tenha o máximo de rendimento com o menor esforço possível.

Por: Adalberto Brajatschek 
Fonte: Batera
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